quinta-feira, 22 de novembro de 2007

P[08] - Serra do Cipó vai se tornar referência em ecoturismo

Paisagens naturais únicas, cultura e história dão força ao destino da região central de Minas Gerais que quer atrair turistas de todo o Brasil e do mundoA Serra do Cipó, região que concentra cachoeiras e cânions, já é bastante conhecida dos mineiros. O local fica a 100 quilômetros de Belo Horizonte e mal consegue dar conta dos visitantes em busca de sossego, aventura e natureza. Agora, a região quer se preparar para atrair e receber bem visitantes de todo o Brasil e de outros países.Segundo estudo lançado pelo Instituto Estrada Real e elaborado pela consultora Megan Epler Wood, 90% dos visitantes vêm da própria região, 8% de outros estados brasileiros e apenas 2% de fora do Brasil.Agora, o estudo de mercado e o diagnóstico que são resultado da consultoria vão nortear os trabalhos em torno da Serra do Cipó nos próximos anos. "Trata-se de um nicho muito delicado, ligado a ecologia e aventura. O mercado é novo, envolve riscos e é ambientalmente sensível", afirma o coordenador do programa Rede de Empresas Turísticas da Estrada Real, Rodrigo de Aguiar.O destino, segundo o estudo, não está preparado para o mercado nacional e, entre os turistas estrangeiros, ainda não é capaz de competir com as praias do Nordeste. Sobra potencial, mas faltam produtos, serviços e infra-estrutura.A visitação média anual com pernoite é de 125 mil pessoas. O Parque Nacional da Serra do Cipó recebeu uma média de 13 mil turistas por ano entre 2001 e 2006. O destino tem 68% do fluxo de turistas concentrados em períodos de férias e feriados.A estratégia apontada é de fortalecer o Parque como principal indutor de organização e desenvolvimento do destino. A idéia é que ele sirva de base para desenvolvimento de produtos tanto para a comunidade local quanto para turistas internacionais. A área protegida também deve ser referência para práticas sustentáveis.Em seguida, pretende-se trabalhar áreas privadas selecionadas para que se tornem uma rede de produtos diferenciados e para que seus proprietários sejam parceiros na preservação dos corredores ecológicos. Depois dessas etapas, serão desenvolvidos produtos em toda a região, para qualificar a oferta.A implementação da Grande Trilha da Serra do Espinhaço pode se transformar em um diferencial na atração dos turistas qualificados. "As longas distâncias ainda são pouco exploradas na região", comenta Rodrigo de Aguiar. Segundo o estudo, existem poucas trilhas grandes nas Américas e as conexões históricas têm forte apelo para o público.Um grande plano de interpretação da região é considerado o fio indutor do desenvolvimento do turismo. "O destino é subutilizado. Ele será preparado para receber um número maior de pessoas com segurança para a natureza e para o turista", afirma Rodrigo.GargalosA Serra do Cipó não tem uma atração claramente destacada, trata-se de um conjunto de atrativos dispersos. Cachoeiras e rios atraem os visitantes, mas devem ser organizados antes de serem alvo de incentivos para aumentar o fluxo. Segundo a consultoria, o diferencial virá da integração das atrações, que reúnem um conjunto singular de paisagens, biodiversidade, cultura e história.Para que o turismo na região seja sustentável ao longo do tempo, o patrimônio natural da região precisa ser mais bem protegido. A precariedade da infra-estrutura básica com rede de saneamento deficiente pode ameaçar o apelo da oferta de água limpa e abundante.Outros problemas de infra-estrutura atrapalham o desenvolvimento da Serra. A precariedade da rede de energia elétrica provoca apagões durante a alta estação e o acesso à internet é limitado.


Publicada em 1 outubro de 2007.

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